quarta-feira, 29 de julho de 2015

Trova Do Dito * José Fabiano - MG

Minhas amigas e meus amigos
***
"Dar o dito por não dito"
cá no Algarve, o povo cru,
de um modo nada bonito,
diz: "fazer da boca cu..."

Abraços do Fabiano e Meirizinha.
*

terça-feira, 28 de julho de 2015

Trova Mar * José Fabiano - MG

Minhas amigas, amigos Meus
***
"O mar também é casado,
o mar também tem mulher;
E casado com a areia,
Dá-lhe beijos quando quer. "

Abraços, Fabiano e Meirizinha.
*

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Trova Rouxinol - José Fabiano - MG

Minhas amigas e amigos Meus
rouxinol
*
"Quero cantar, ser alegre,
Que a tristeza NÃO faz bem;
inda NÃO vi Uma tristeza
dar de comer a ninguém.

Abraços, Fabiano e Meirizinha
*

domingo, 26 de julho de 2015

Trovas Populares Portuguesas * José Fabiano - MG

Minhas amigas e meus amigos
***
"Quando abres os teus olhos,
Parece Que nasce o dia;
eu fui ceguinho até agora,
Antes de ósmio ver nada via. "

Abraços do Fabiano e Meirizinha

***

sábado, 25 de julho de 2015

Trovas * José Fabiano - MG

Minhas amigas e meus amigos
***
José é nome de jóia,
José é nome de José;
as jóias trazem-se ao peito,
José do meu peito é.

Abraços do Fabiano e da Meirizinha
***

domingo, 19 de julho de 2015

A Lágrima Na Trova * José Fabiano - MG

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Repassando...​

Quem será o autor dessa beleza?

Eu também gostaria de saber para lhe dar os meus calorosos parabéns!
(Email enviado por Gislaine Canales)
***



Trovador é poeta, poeta é sensível, poeta chora, poeta sente quando outros choram...




Por isso a lágrima está presente nos versos do trovador, quer sejam as suas, quer as de outros, quer as que só ele consegue ver brotando de olhos figurativos.



Reinaldo Aguiar, grande poeta potiguar, percebeu a força de comunicação que tem a lágrima:


A lágrima, na verdade,

por seu poder infinito,

traduz com fidelidade

o que não pode ser dito...


E ela tem mesmo grande poder de persuasão, admitido prontamente pela Darly O. Barros, de São Paulo:


Meu perdão foi em tributo

a uma lágrima suspensa:

– um detalhe diminuto
 mas, que fez a diferença!


Que todo mundo chora, todo mundo sabe... mas por que todo mundo chora?


O grande poeta A.A. de Assis, Maringá PR, tem seu palpite:


 Noite e dia, mundo afora,

quanta lágrima chorada...

Chora o pobre, o rico chora,

uns por muito, outros por nada!


Quantas lágrimas e por quem você já chorou? Não pergunte à Clenir Neves Ribeiro – Nova Friburgo RJ:


Tanta lágrima perdida
 para esquecer me empenhei,

que já nem sei nesta vida,

porquê e por quem eu chorei!




A dor é expressa na lágrima, certo? Nem sempre, diz a poeta gaúcha Delcy Canalles:


A lágrima mais doída

não é a que aos olhos vem,

mas a que fica escondida

sem se mostrar a ninguém!


O saudoso Newton Meyer, de Pouso Alegre MG, concorda e lamenta não ter chorado:


“Homem que é homem, não chora!”

– obedeci, sem defesas.

Pergunto: o que faço agora
 com tantas lágrimas presas?!


Na definição da saudade feita por Alberto Isaías Ramires-ES -ela se faz presente:


Saudade - um berço vazio,

uma lágrima, uma dor;

coração sentindo frio

longe da chama do amor...


Numa das trovas mais expressivas que já conheci, Mário Peixoto - RJ, contou ao descobrir até o homem mais forte do mundo chora:


Eu vi meu Pai derramando

uma lágrima em segredo.

Era uma fonte brotando

pela fresta de um rochedo.


E falando em descoberta, o imortal Waldir Neves, do Rio, flagrou, fotografou e revelou um segredo guardado a sete chaves:


É uma lágrima sentida

que toda mulher enxuga:

a que lhe rola escondida

por sobre a primeira ruga!


Heron Patrício, de São Paulo, deixa por prevenção seu conforto para a amada, caso venha a chorar sua partida:


Sobre a minha campa nua,

se tu chegares, amor,

em cada lágrima tua,
 há de brotar uma flor!


Não sei se o poeta imagina o que vê ou de vê o que imagina... Pedro Ornellas, São Paulo,teve a impressão de ver, ou quem sabe tenha mesmo visto o que diz nesta trova:


O trem partindo... um aceno...

e ao retornar pela estrada,

vi lágrimas de sereno

nos olhos da madrugada!




Vanda Fagundes Queiroz – Curitiba PR, consegue acomodar a lua numa lágrima.


Essa lágrima suspensa

reflete a luz do luar...

parece que a lua imensa

naufraga no teu olhar!


 Mas há quem consiga dar a ela uma dimensão ainda maior. Lilinha Fernandes, por exemplo:


O mar que geme e palpita

no seu tormento profundo

é uma lágrima infinita

que Deus chorou sobre o mundo!


Rodolpho Abbud – Nova Friburgo descreve um tipo de lágrima que não seca nunca:



Alcançando a eternidade,

dia e noite ela palpita:

A lágrima da saudade

tem dimensão infinita!


Para o Waldir Neves RJ, a lágrima travestida de saudade, é um caminho com destino certo:


Saudade é gota caída,

é pranto que ninguém vê:

-É uma lágrima sentida

que leva sempre a você. ...


Ás vezes o próprio motivo da dor suprime a lágrima. Pedro Ornellas – SP,


descreve assim o drama do retirante:


Ao partir, deixando norte,

uma lágrima ensaiou,

mas a seca era tão forte

que até seu pranto secou!


Cyroba B. O. Ritzmann - PR inveja a lágrima e explica por que:


Tão livre pelo meu rosto

sinto a lágrima rolar.

Quando, terei eu, o gosto

de também me libertar?


Quem chora mais, o homem ou a mulher? A resposta é óbvia para a Divenei Boseli - São Paulo:


Uma lágrima, sequer,

eu vi no adeus...Nem depois.

Não faz mal...eu sou mulher,

posso chorar por nós dois!


Alguns, na falta de lágrimas, choram trovas. É o que afirma Antonio Salomão - PR:


A trova é gota de pranto

que cai dos olhos de alguém

e por alguém chorou tanto

que nem mais lágrimas tem


Não há como esconder sentimentos quando a lágrima assina a mensagem. revela José Ouverney,Pindamonhangaba - SP diz:


Expulsando a maquiagem,

a lágrima veio, pura,

e pousou sobre a mensagem,

no lugar da assinatura!...


Renata Paccola – São Paulo indica a melhor maneira de lidar com o motivo da lágrima:


Uma lágrima que escorre

traz mais brilho à própria face

se a cada sonho que morre

há um novo sonho que nasce!




 Encerro com uma cena que todo mundo viu, mas só o poeta entendeu. Trova do Pedro Ornellas:


Novo rumo, despedida...

e ao pressentir minhas dores,

a paineira entristecida

chora lágrimas de flores!
***